"A inexistência de propriedade privada dos meios de produção e a propriedade estatal da terra, campos de pastagens, rebanhos, além do rígido controle econômico do estado sobre a produção das aldeias, a realização das grandes obras coletivas e a centralização político-administrativa, induziram à falsa ideia da existência de uma economia socialista entre os incas. Na verdade, a existência de classes sociais dominantes (chefes militares, altos funcionários e sacerdotes), sustentadas pela apropriação do excedente da produção e do trabalho dos camponeses das aldeias afasta qualquer hipótese ais séria da existência de um sistema socialista (que pressupõe a inexistência da exploração de uma classe por outra) entre os incas, cujas massas populares não se beneficiavam (ou se beneficiavam muito pouco) do que era produzido coletivamente. O mais correto é tentar compreender a economia inca dentro da noção de modo de produção 'asiático'. Pretender conceituá-la como socialista é ignorar a articulação necessária entre relações de produção e nível de desenvolvimento das forças produtivas; é, no mínimo, querer colocar o carro na frente dos bois..." (AQUINO; LEMOS; LOPES, 1981, p. 37)
Rubim Santos Leão de Aquino
Nivaldo Jesus Freitas de Lemos
Oscar Guilherme Pahl Campos Lopes
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