"Senhor presidente, senhoras e senhores senadores. Jamais faltaria a essa tribuna em momento tão grave da vida do Congresso Nacional. Venho aqui dizer aos senhores senadores que isto é o início da campanha do presidente da República.
Isso é a participação direta do presidente da República que incentiva os anarquistas que aí estão. Que tiraram retrato, inclusive, com o doutor Sibá, como aparece aí na foto.
São esses desordeiros. Não quero saber nem o número. Mas não poderemos ficar aqui parados. A Mesa do Congresso, principalmente o Senhor presidente, tem o dever, como eu tive e reagi quando aconteceu no passado.
Não podemos viver a anarquia. É melhor que o Congresso se feche. Se os movimentos eram contra os parlamentares que foram injustamente absolvidos - deviam ser condenados pelo valereoduto - eles deviam invadir o Palácio do Planalto, onde está o maior ladrão do Brasil, que é o presidente da República. Lá eles não vão porque o presidente da República é cúmplice desse movimento. Dizer outra coisa é fugir da verdade.
E eu pergunto: as Forças Armadas do Brasil onde é que estão agora? Elas são obrigadas a velar pela Constituição, e não deixar a anarquia que aí está. Foi uma circular do presidente Castello Branco, em março de 64, mostrando que o presidente da República não poderia dominar o povo brasileiro sem respeitar a Constituição, que deu margem ao movimento de 64.
Quero dizer nesse instante que o presidente do Congresso está entrando, que ele também tem responsabilidades. Eu assumi essa presidência por 4 anos, e no momento em que estava na presidência da Republica houve um momento como esse. Eu mandei que houvesse uma reação, e a reação se fez sentir e o movimento parou.
Hoje o presidente da Câmara não estava lá. O eminente presidente do Congresso, a quem tanto respeito e estimo, também não estava aqui. Isso não está certo! Nos momentos de dificuldades os chefes não podem se ausentar. E as Forças Armadas não podem ficar caladas. Esses comandantes estão aí a obedecer a quem? A um subversivo.
Quero dizer nesse instante aos comandantes militares, não ao Ministro da Defesa, porque ele não defende coisa nenhuma e porque nunca soube defender. Está lá porque esse governo é um governo insensato de colocar uma figura como ele no Ministério da Defesa. Quero dizer aos comandantes militares: reajam enquanto há tempo, antes que o Brasil caia na desgraça de uma ditadura sindical presidida pelo homem mais corrupto que já chegou ao governo da República.
Nós não podemos ficar inertes, nós temos que reagir. Se esta casa, e a outra principalmente que foi alvo, que não tiveram a reação a altura pela covardia do presidente Aldo Rebelo, nós aqui do Senado, Senhor presidente, não podemos ficar calados diante disso.
Vossa Excelência tem o dever de chamar a atenção do senhor presidente da República, de que o Congresso Nacional não podem ficar a mercê dos anarquistas que tão aí, vestidos de MST ou de qualquer outra coisa.
Estou cumprindo meu dever, venho à tribuna com as forças que ainda tenho para lutar, para defender a Bahia e o Brasil, para dizer a este governo corrupto que lugar de ladrão não é, infelizmente, apenas na Câmara, é também no Palácio do Planalto, inclusive na família do presidente.
Temos fazer os processos que sejam necessários, sem medo de errar, e cumprir o nosso dever em relação a casa do povo brasileiro e da Federação, que é o Senado da República."
Muito obrigado.
Antônio Carlos Magalhães, em 6 de junho de 2006
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