“A submissão do presente ao passado continua a ser uma característica significativa da sociedade indígena da época, e podemos observar indícios dessa atitude em vários outros campos além do religioso ( ou, se preferirem, encontramos o religioso muito além dos limites nos quais temos o hábito de encerrá-lo). Os comentadores recentes quase nunca puderam conter sua admiração por um estado que dava tanta atenção à educação das crianças: ricos e pobres são ‘escolarizados’, na escola religiosa ou na escola militar. É claro, porém, que este não é um traço que possa ser admirado isoladamente: a educação pública é essência em qualquer sociedade onde o passado pesa muito sobre o presente, ou, o que vem a ser o mesmo, onde a coletividade tem precedência sobre o indivíduo. Uma das catorze leis de Montezuma I consagra essa preeminência do antigo sobre o novo e dos velhos sobre os jovens: ‘Preceptores e velhos repreenderão, corrigirão e castigarão os jovens, e os vigiarão e dirigirão nos exercícios habituais, e não deixarão que fiquem ociosos, a perder tempo’.[...] ”( TODOROV, 1988, p. 80-81)
Tzvetan Todorov
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