Programa História em Pauta Nº 35 (Cipriano Barata: o precursor da nacionalidade brasileira.)

Na edição 35 do programa História em Pauta, conversamos sobre Cipriano Barata, no estúdio da web rádio do Ponto de Cultura La Integracion. Tudo começou com a vinheta produzida pelo professor Adriano Viaro, e com o “Parabéns a você” sobre o governo da época anti popular do estado de São Paulo. O conteúdo foi introduzido pelo Voz do Além Vinicius Vasconcellos, que leu um parágrafo retirado do livro “Evolução política do Brasil” escrito por Caio Prado Júnior, aonde ele faz uma biografia elogiosa do “jornalista da pá virada”. Abordamos um pouco sobre os movimentos que o gazeteiro bahiano participou, como Revolta dos Búzios ou Conspiração dos Alfaiates, Revolta Pernambucana de 1817, Revolução Constitucional da Bahia, Confederação do Equador, Levante da Guarnição Militar na Ilha das Cobras, poucos meses antes de falecer. Discutimos sobre o que os livros didáticos, artigos acadêmicos encontrados em pesquisas na internet, e Nelson Werneck Sodré falam sobre o “imortal Barata”, e as suas lutas por imprensa sem censura, abolição do trabalho escravizado, pela independência total do Brasil, entre outras. Propomos questões sobre o “ídolo do povo brasileiro”, o comparando com Lukacs, Engels, Marx, Gramsci, Prestes, Lula, Gaitán e Tiradentes. Damos voz as críticas que foram feitas a ele, e fizemos uma reflexão a partir de uma ideia do historiador e amigo do GEACB Rafael Camargo.

Trechos deste programa:

Rafael Freitas: “Enquanto tivermos apenas representação, a gente não vai ter democracia no Brasil.”

Fábio Melo: “Cipriano Barata sem dúvida foi o revolucionário de todas as revoluções.”

Rafael Freitas: “Porque é tão importante Cipriano Barata? Porque através dele a gente pesquisa, interpreta, analisa vários acontecimentos importantes. E qual é o pano de fundo? O pano de fundo era tudo aquilo que Cipriano Barata era contra. A elite liberal da época dele queria que o Brasil se tornasse independente, mas de um modo ainda colonial, com um lugar subalternizado na Divisão Internacional do trabalho. E Cipriano Barata queria muito mais do que isso. Ele queria uma independência popular e com uma soberania nacional. Que o Brasil não fosse ainda colonial, mesmo independente. Essa era a luta dele.”

Fábio Melo: “José Bonifácio, que era da família Andrada, era o cara que dizia que não podia deixar o Brasil cair das esfarrapadas e fétidas bandeiras da democracia. Era um cara totalmente conservador política e socialmente, mas liberal economicamente. Ele queria que o Brasil se industrializasse, que o Brasil fizesse frente ao imperialismo estrangeiro. Pra ti ver como essa dicotomia é bem confusa. 

O cara que é liberal economicamente é conservador politicamente. O cara que é conservador socialmente é liberal economicamente. É uma dialética interessante. No México, os liberais eram contra as comunidades indígenas, eles queriam que as terras indígenas fossem divididas como uma propriedade. Enquanto os conservadores defendiam as terras indígenas, porque era a partir do excedente que eles tinham uma rendimento a mais. Depois essa luta pelas terras indígenas vai se tornar uma luta da esquerda, vai vim o Zapata, enfim... Pra ti ver como nossa História é diferente da História européia.”




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