"A Revolução Mexicana, como vimos, pode ser vista e entendida a partir de vários aspectos. Muitos historiadores quiseram explicá-la, dando-lhe uma denominação conceitual mais ampla. Para alguns, ela foi uma revolução burguesa, pois provocou uma modernização do capitalismo; outros encontraram traços de socialismo e anarquismo, especialmente na atuação dos revolucionários irmãos Flores Magón; também há aqueles que a pensaram como uma revolução inconclusa que deveria se completar no futuro. Em nossa exposição, não estivemos preocupadas em rotular a Revolução Mexicana. Insistimos em mostrar suas complexas particularidades, entre as quais, a participação de distintos setores da sociedade com ênfase na presença camponesa. Indicamos que as questões da política- como a decidida defesa da não reeleição e de eleições sem fraude- foram centrais para desencadear o movimento que derrubou o governo autoritário de Porfírio Díaz. Os camponeses de Zapata lutaram pela devolução de suas terras usurpadas e pela volta do sistema de terras comunais. Villa pretendia que se fizesse uma grande reforma agrária. Carranza e Obregón propuseram a modernização do Estado com um olhar nacionalista e anticlerical. A Constituição de 1917, resultado direto do conflito armado, se caracterizou por ser nacionalista fazendo do Estado o proprietário das riquezas naturais do país. Consagrou os direitos dos trabalhadores e contemplou a reforma agrária. O anticlericalismo também foi sua marca registrada. terminada a guerra civil, os revolucionários patrocinaram a educação e as artes com o objetivo de promover a unidade do país, de maneira nunca efetivada anteriormente." (PRADO; PELLEGRINO, 2014, p. 114)
Maria Ligia Prado
Gabriela Pellegrino
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