COMO SERIA O BRASIL SOCIALISTA?

 

Livro: Como seria o Brasil socialista?

Autor: Nestor de Holanda

Editora: Civilização Brasileira

Ano: 1963

 

A série Cadernos do povo brasileiro da editora Civilização Brasileira foi um sucesso de vendas no Brasil, disseminando entre estudantes e trabalhadores milhares de pequenos livros de bolso, contendo muita informação, em publicações de intelectuais progressistas e revolucionários. Nesse tempo o país era uma vítima tão explícita do imperialismo que chamava-se “Estados Unidos do Brasil”. Inclusive, poucos meses depois da divulgação do volume escrito por Nestor de Holanda, o Brasil foi lugar de um golpe empresarial-militar, com participação decisiva do governo estadunidense.

 

O objetivo dos Cadernos resumia-se na ideia de que somente quando bem informado, o povo brasileiro conseguiria emancipar-se. E esse foi o intento do autor de Como seria o Brasil socialista?, um estudo com o máximo de simplicidade na escrita, sem sectarismos, e com a meta de socializar informações, visto que as hipóteses colocadas na pequena obra, foram colocadas a partir das observações dos países socialistas até então e levando em conta os principais problemas nacionais.

 

Nestor de Holanda foi um jornalista e escritor pernambucano e carioca, filho de um farmacêutico e de uma médica, conhecido por seu bom humor, foi apelidado de “Sargento Iolando”, no período em que esteve no Exército. É um dos escritores brasileiros mais vendidos e traduzidos, com marcante penetração popular, recebendo elogios de Nelson Werneck Sodré, que afirmou sobre ele:"Trata-se de cronista que conhece seu ofício e que soube aprimorá-lo, ao longo do tempo, sem fazer concessões.” .

 

No livreto, Nestor de Holanda descreve como seriam as empresas, o poder dos trabalhadores, os poderes do Estado, a sociedade, religião, educação, comércio, indústria, agricultura, em um hipotético estado socialista brasileiro: há nesse escrito um esboço de programa para a Revolução Brasileira, com os limites da época. Há pontos polêmicos, quando o autor explica como seriam a família, a cultura e a religião no Brasil socialista, bem quando usa o termo regalia para referir-se a certos direitos dos trabalhadores. Tem destaque, para o autor, o papel dos sindicatos para a condução da economia planificada, no Brasil socialista.

 

Um mérito do pequeno livro é a realização de um exercício criativo de pensar concretamente a Revolução Brasileira, a partir dos problemas brasileiros e de experiências revolucionárias reais. Uma atualidade da obra são as questões e propostas na área da saúde, visto que vivemos ainda em uma pandemia. Alguns dos fatos mencionados, trarão à tona os acontecimentos de nossa atual conjuntura, e seminais reflexões.

 

TRECHO DO LIVRO: 

 



 Sobre o autor:


 

Rafael Freitas: Historiador. Membro Permanente e fundador do Grupo  de Estudos Americanista Cipriano Barata. Produtor e apresentador do programa "História em Pauta", que já passou por rádios comunitárias de Porto Alegre e Alvorada.


 

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