"Se o próprio chefe do levante paulista, o Marechal Isidoro Dias Lopes, teme entregar armas aos anarquistas, no segundo 5 de julho, quando estes as solicitaram, para apoiá-lo na luta, já o General Olinto de Mesquita Vasconcelos, na retirada de São Paulo, doa terras aos índios das barrancas do Paraná, concitando-os a 'varrer o capitalismo do Brasil', pois, dizia, 'só haverá realmente povo, quando desaparecerem as castas. O comunismo é o único processo capaz de resolver esse problema'. Essa proclamação, de 7 de setembro de 1924, era pioneira, no sentido de pregar 'a queda do regime capitalista, o advento, no Brasil, das novas aspirações da humanidade'. Mas o próprio Prestes, em outubro de 1924, quando se levanta, na região missioneira do Rio Grande do Sul, coloca, como é costumeiro entre os tenentes rebelados, apenas a purificação do regime, indo, no extremo limite, à necessidade 'de restabelecermos a situação financeira do Brasil, para recobrarmos o dinheiro que os nossos maus governos nos roubaram e podermos assim evitar que, em 1927, o governo inglês venha tomar conta das nossas alfândegas e das nossas ricas colônias, para cobrar a dívida do Brasil'." (SODRÉ, 1968, p. 56)
Nelson Werneck Sodré
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