A Guerra do Paraguai(de 1864 a 1870) é conhecida também como Guerra da Tríplice-Aliança, nome de um tratado entre Brasil, Argentina e República Oriental do Uruguai acertado em 1965 para guerrearem contra o Paraguai. Este conflito certamente foi uma das guerras mais mortíferas da América no século XIX, só perdendo em número de mortos para a guerra civil estadunidense.
Para entender os motivos deste grande conflito é preciso analisar a situação interna de cada um dos países envolvidos, bem como analisar e entender como os países envolvidos relacionavam-se com o capitalismo mundial, que se impunha através da Divisão Internacional do Trabalho.
Vamos começar analisando o Paraguai, que acabou sendo o principal prejudicado com a guerra, ou “guerra grande”, como o episódio é conhecido entre os paraguaios.
Após declarar sua independência das Províncias Unidas/Argentina em 1811[1], o governo do Paraguai, sob o controle de José Gaspar Rodriguez de Francia, decide-se por um “isolacionismo político” e econômico. Francia era conhecido como “El Supremo”, governou até sua morte em 1840 e durante este período o Paraguai se tornou um país com desenvolvimento diferenciado em relação aos seus vizinhos da América do Sul. A propriedade da terra pertencia ao Estado, diferente dos outros países em que a terra estava nas mãos de uma centena de latifundiários. Com o monopólio da terra nas mãos do Estado, os camponeses eram os principais beneficiados, pois tinham como única obrigação ocupar e cultivar a terra. Além disso, havia as chamadas “estâncias da pátria”, administradas diretamente pelo Estado, de onde se tiravam os rendimentos para os “funcionários públicos”.
O Paraguai podia se orgulhar de ser o único país da América do Sul que não devia nem um centavo aos bancos estrangeiros. Enquanto seus vizinhos, como o Brasil e a Argentina, já estavam entupidos de dívidas e completamente abertos ao capital inglês desde o início do século XIX. O único produto que rendia tributos para o governo paraguaio era a erva-mate cultivada nas “estâncias da pátria”. A medida mais radical do Paraguai francista era a proibição de posse de terra por estrangeiros. O Paraguai era uma república camponesa única no contexto da época nas Américas.
Alguns estrangeiros que passavam pelo Paraguai se espantavam com seu desenvolvimento social. Surpreendia-lhes o fato de que neste país não havia miseráveis, nem mendigos, como nos outros países da América Latina; e que todas as crianças paraguaias soubessem ler e escrever – não só espanhol como também guarani (evidência das raízes históricas paraguaias). Pode-se elogiar o esforço francista pela educação, apesar dela alcançar somente a população masculina do país.
Quando Francia morreu, o Congresso do país escolheu com seu sucessor vitalício o advogado mestiço Carlos Antônio Lopez, que deu continuidade às políticas sociais de Francia. Entretanto, fez questão de romper o isolacionismo do país – mas de forma muito cautelosa, modesta e gradual. Percebendo os avanços tecnológicos da Revolução Industrial inglesa, Carlos López acreditava que eles seriam benéficos para seu país. Assim, mandou jovens paraguaios para estudar na Europa às custas do Estado, para que lá aprendessem as técnicas e como fazer as máquinas. Aprendendo isso, os jovens voltaram ao Paraguai e aplicaram seus conhecimentos para produzir máquinas e beneficiar a tecnologia nacional.
Os resultados foram promissores: desde 1850, o Paraguai tinha uma fundição, chamada Ibicuy, que fabricava canhões, armas e balas de todos os calibres. Mais de 200 técnicos estrangeiros, em sua maioria ingleses, eram pagos pelo Estado para construir e fazer a manutenção das várias atividades da florescente indústria paraguaia. Nos anos 1860, o país já contava com uma linha telegráfica, uma estrada de ferro e muitas indústrias têxteis; além de indústrias de pólvora, papeis, tinta e construção.
Carlos Lopéz morreu em 1862, e quem o substituiu foi seu filho, Francisco Solano Lopéz, que também era o chefe do exército nacional. Solano Lopéz foi um dos jovens instruídos na Europa graças ao plano estatal. Quando assumiu o governo de seu país, procurou dar continuidade à política de seu pai. Para os países vizinhos, Brasil e Argentina, as crescentes relações do Paraguai com o exterior eram motivo de alerta: ao mesmo tempo que o Paraguai adquiria tecnologia estrangeira para desenvolver sua indústria, também fornecia matérias-primas aos países europeus, como açúcar, algodão, tabaco, milho e erva-mate. Argentina e Brasil, que sempre tiveram sua tradição de fornecedores de matérias-primas para países europeus (principalmente para a Inglaterra), já rivalizavam entre si, mas juntos não queriam aceitar um terceiro fornecedor – o Paraguai, uma terceira via nas hegemonias latino-americanas que vinha se sobressaindo.
O exército paraguaio era um dos mais bem preparados da América do Sul. Isto porque o país vivia temeroso que a Argentina anexasse o país. Além do mais, questões territoriais e de fronteira sempre preocuparam os governos paraguaios, pois tanto a Argentina como o Brasil revindicavam alguns territórios do Paraguai – eram fronteiras mal definidas após as independências. Neste sentido, entre os quatro países envolvidos na guerra, quem destoava era o Uruguai, que em 1828 emancipou-se do Império do Brasil, estando com as suas fronteiras mais definidas. O que não significava estabilidade política. Às vésperas da Guerra do Paraguai, o Uruguai estava em guerra civil, entre blancos e colorados.
Por sua vez, a Argentina conseguiu chegar a uma maior solidez política sob a presidência de Bartolomé Mitre, eleito em 1862. Até então, também estava em guerra civil, entre unitários e federalistas. Mitre sabia muito bem dos interesses brasileiros no Uruguai. E também sabia que os brasileiros apoiaram Urquiza contra Rosas[2]. Portanto, seria muito perigoso para a Argentina se envolver em qualquer questão que ameaçasse a sua recém conquistada segurança política interna. Temendo que os federalistas voltassem a se rebelar contra o governo de Buenos Aires, Mitre preferiu fazer acordos com o Brasil; evitando, desta forma, qualquer tipo de conflito entre os dois maiores países da América do Sul.
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Caudilho Mitre da Argentina |
O Brasil alcançou uma relativa harmonia política precocemente se comparado às repúblicas latino-americanas. Em 1850, após um conturbado período de guerras civis e revoltas, a única preocupação da elite de fazendeiros do café (o principal produto brasileiro no mercado capitalista internacional) era a escassa oferta de trabalhadores escravizados, que estava elevando o preço da produção.
No entanto, o Brasil não se absteve de participar ativamente nas relações internacionais da região da Bacia do Prata. Esta região interessava principalmente por causa dos negócios dos fazendeiros do Rio Grande do Sul no Uruguai, e também pela navegação dos rios Paraguai e Paraná – rotas fluviais importantes para o acesso a região do Mato Grosso; uma vez que por terra (dentro do próprio território brasileiro), o escoamento de produtos era muito difícil.
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A Bacia do Prata no mapa |
O que garantia o livre acesso do império brasileiro na bacia do Prata e dos rios Paraguai e Paraná era sua aliança política com os governos uruguaios – principalmente com o Partido Colorado, cujos líderes tinham simpatia com os estancieiros gaúchos do Rio Grande do Sul. Por outro lado, o Partido Blanco, tinha uma política mais favorável à Argentina, desde os tempos de Rosas.
Após a intervenção brasileira contra Rosas a situação no rio do Prata ficou mais tensa. Os governos uruguaios que se seguiram a intervenção eram todos blancos: pró-Argentina. Esses governos dificultavam os negócios do império na região. Por exemplo, em 1861, o presidente uruguaio Bernardo Berro, revogou o Tratado de Comércio e Navegação que foi assinado entre o governo do Brasil e o presidente colorado Joaquín Suárez.
O governo brasileiro reagiu apoiando revoltas armadas dos colorados contra os blancos. Um dos caudilhos que os brasileiros apoiavam era Venâncio Flores. O barão de Mauá, brasileiro que possuía um banco no Uruguai, constantemente financiava os caudilhos colorados.
Outra ocasião que estremeceu as relações diplomáticas entre Brasil e Uruguai foi a insatisfação de alguns fazendeiros brasileiros que possuíam terras no Uruguai. O governo de Anastácio Aguirre (do Partido Blanco) passou a policiá-los, alegando que eles defendiam os interesses colorados. O governo imperial do Brasil, temendo um novo levante dos gaúchos do Rio Grande do Sul, resolveu atender os apelos de seus súditos e enviou um diplomata chamado José Antônio Saraiva para tentar uma conciliação com Aguirre. Por fim, em 1864, após uma “intervenção contra Aguirre”, com a participação da marinha de guerra imperial, Brasil chegou a um acordo com o governo do Uruguai.
Antes mesmo deste acordo entre Brasil e Uruguai, o Paraguai já estava em pleno estado de guerra contra o Brasil. Em novembro de 1864, o navio brasileiro Marquês de Olinda, foi apresado pelo governo de López. Assim, quando o tratado entre Brasil e Uruguai foi proclamado, um acordo (chamado de Acordo de Santa Lúcia) garantia a participação uruguaia na guerra ao lado dos brasileiros.
As relações diplomáticas entre os governos de Brasil e Paraguai, até a década de 1860 eram muito variadas. Isso ocorria porque em questões geopolíticas locais o Paraguai podia ser utilizado em proveito do Brasil contra a Argentina (inimiga em comum entre os dois países). Por exemplo, o Brasil foi o primeiro país a reconhecer a independência paraguaia – uma verdadeira afronta às Províncias Unidas/Argentina que queriam manter as áreas do antigo vice-reino do Prata. Enquanto o governo de Buenos Aires queria manter o controle total do estuário do Prata, o império do Brasil buscava alianças com os inimigos dos portenhos que lhes desse garantias ao tráfego fluvial na região. A guerra foi contra o Paraguai, no entanto havia rivalidade entre Brasil e Argentina. Porém, este quadro muda com a eleição de Mitre. Pois, como vimos, Mitre buscava aliança com o Brasil para evitar a interferência deste em sua política interna.
Solano Lopéz, que levou adiante a política de expansão econômica paraguaia, pensou que poderia tirar proveito das rivalidades entre Argentina, Brasil e Uruguai. Mas, quando a intervenção brasileira contra Aguirre se transformou num acordo entre os dois países, López calculou que seu único meio de alcançar o comércio exterior, via rio do Prata, estava se fechando – pois a hegemonia brasileira na região podia lhe ser prejudicial. Confiante no poderio e na organização militar de seu país, Lopéz acabou por tomar a iniciativa, e apresou o navio Marquês de Olinda.
López também achava que podia contar com a neutralidade da Argentina, pois acreditava que este país não iria entrar em uma guerra contra o Brasil. Mas a política de “conciliação” de Mitre acabou frustrando os planos de López. O governo argentino, negou a López a passagem de tropas pela província de Corrientes. E em 1º de maio de 1865, os governo da Argentina, Brasil e Uruguai assinaram o acordo da Tríplice Aliança. Três países que tinham suas rivalidades e diferenças, se uniram contra um inimigo comum. O que estava em jogo para os países da Tríplice Aliança (principalmente Argentina e Brasil) era eliminar um forte concorrente local, que estava se abrindo economicamente e fornecendo matérias-primas para a Inglaterra, ao mesmo tempo que iniciava sua industrialização.
No início dos anos 1860, o algodão era um produto muitos requisitado pelos ingleses, e o principal fornecedor deste país eram os Estados Unidos da América. Mas estes estavam em plena guerra civil, o que dificultou o comércio com a Inglaterra. Neste período, houve no Brasil um verdadeiro “surto do algodão”, principalmente no norte do país. O Paraguai também produzia algodão e o Brasil não queria que seu algodão concorresse com o algodão paraguaio. Então era mais fácil eliminar o concorrente pelas armas, do que pelos preços no mercado – sendo que o Brasil sempre esteve muito ligado economicamente à Inglaterra.
Nas causas desta guerra estão a consolidação dos Estados Nacionais envolvidos. Não apenas. Interesses econômicos recíprocos entre os citados países americanos e a Inglaterra foram bastante claros. A Guerra do Paraguai pode ser considerada uma guerra pela dependência econômica perante os ingleses.
O presidente paraguaio Solano Lopéz foi “pintado” pela imprensa dos países aliados como um verdadeiro “monstro desumano”; uma “praga que deveria ser eliminada da face da terra”; tudo na tentativa de comover a opinião pública para apoiar os aliados – visto que muitos setores da elite eram contrários a guerra. As atrocidades que os exércitos aliados cometeram no Paraguai mostraram quem eram os verdadeiros “monstros”. O principal deles, o Império do Brasil.
Para parte da opinião pública dos países aliados contra o Paraguai, a longa duração da guerra (que foi até 1870), era justificada: pois era vista como uma guerra contra Solano López e não contra o povo paraguaio. A guerra culminou após a sua morte.
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Marechal Francisco Solano López |
No início do conflito, as tropas aliadas ficaram sob o comando do presidente argentino, Mitre. Neste período a Marinha brasileira, sob o comando do almirante Tamandaré, venceu a Batalha naval do Riachuelo, em novembro de 1865. Em 1866, sob o comando do general brasileiro Osório, os aliados vencem a maior batalha campal do conflito, em Tuiuty.
Mitre se afastou em 1868 devido a tensão política entre os federalistas de seu país. O comando das tropas passou então para o general brasileiro duque de Caxias. A partir de então, o Brasil vai contribuir com a maior parte do esforço de guerra. As tropas da Tríplice Aliança deixaram de ter três comandantes para ser chefiada por um homem.
Após os aliados tomarem Humaitá, de importância estratégica, e a capital Assunción, a guerra não terminou. De fato, o conflito só acabou após a morte de Lopéz, que havia se refugiado no interior do país junto com sua família.
Terminada a guerra, Argentina e Brasil estavam mais endividados ainda com os bancos ingleses, que forneceram armas, uniformes e créditos para as despesas da guerra.
Na Argentina, a guerra serviu para fortalecer o sentimento de unidade nacional. O governo utilizou o conflito para acalmar as rivalidades entre unitários e federalistas: união nacional contra o inimigo externo. Não é a toa que um dos generais argentinos na guerra, Júlio Argentino Roca, foi eleito presidente em 1880.
O Paraguai saiu da guerra em ruínas. Perdeu parte de seus territórios, que vinham sendo reivindicados há muito tempo tanto pela Argentina quanto pelo Brasil. Também teve o seu regime de propriedade fundiária alterado pelos seus algozes vencedores. As “estâncias da pátria” foram entregues a particulares, e os camponeses que sobreviveram ao genocídio foram obrigados a trabalhar como peões.
A florescente indústria paraguaia também foi destruída e os países que destruíram-na não foram nem mesmo capazes de absorver a tecnologia paraguaia e se contentaram em se manter curvados para a indústria europeia.
Os governos paraguaios do pós-guerra eram basicamente fantoches impostos pelo Brasil. Em geral, muitos governantes eram militares ex-aliados de López que se aproveitaram do caos social para chegar ao poder.
A grande perda do país foi, sem dúvida, em vidas. Não existem, ainda, números seguros, pois os invasores fizeram questão de apagar muitos vestígios e provas, mas estima-se que antes da guerra o Paraguai tinha cerca de 400 mil habitantes, e depois cerca de 230 mil. A mortandade masculina obrigou as autoridades paraguaias a legalizar a poligamia, para repovoar o país destruído pelos seus vizinhos.
Por fim, ainda há que se esclarecer a velha polêmica historiográfica que coloca a Inglaterra como a principal responsável pelo conflito. Por esta visão, a indústria paraguaia, resultante do desenvolvimento autônomo do país, era um “estorvo” aos negócios ingleses, por representar uma nação rival que poderia competir com os produtos industrializados made in England. Esta visão não cai absolutamente por terra pelo fato de que técnicos ingleses iam para o Paraguai trabalhar na manutenção e na construção da sua indústria, já que é apenas improvável que dois países rivais se ajudem, como o fizeram a Argentina e o Brasil nesta guerra, como o fizeram a URSS e os EUA na Segunda Etapa da Grande Guerra.
No entanto, não pode-se dizer que tanto o Brasil como a Argentina eram meros “peões” no tabuleiro inglês contra o Paraguai. É bem verdade que o Brasil se tornou uma espécie de “colônia” da Inglaterra – por fornecer matérias-primas e comprar seus produtos industrializados. Mas há que se levar em conta que o Brasil tinha um governo próprio, com autonomia e capacidade para decidir. A chamada Questão Christie, é uma prova suficiente para mostrar que o Brasil não dependia dos mandos e desmandos ingleses. Todos os quatro países envolvidos, pelas vontades dos seus governos, efetuaram o conflito bélico mais sangrento da nossa História, almejando a dependência econômica da Europa, por um lugar de destaque aos moldes coloniais dentro da Divisão Internacional do Trabalho: o próprio Paraguai estava se abrindo para o capitalismo mundial, tornando-se uma terceira via. A guerra foi um sintoma do quadro maior de formação dos Estados Nacionais americanos e implantação do capitalismo entre nós. Conforme Claudia WASSERMAN (1996):
O Estado nacional da América Latina consolida-se a partir da plena inserção das economias latino-americanas no modo de produção capitalista. [...] Na América Latina, o modo de produção capitalista não se implantou mediante uma revolução democrático-burguesa mas nasceu subsumido na divisão internacional do trabalho, que determinava uma função subordinada aos países latino-americanos no concerto mundial. (P. 213)
Devemos também lembrar que a Inglaterra lucrou muito com a Guerra do Paraguai. Isto porque os países aliados requisitaram empréstimos, uniformes e armamentos dos ingleses. Estes, obviamente, não iriam deixar de lucrar com a venda de armas e com empréstimos a juros altíssimos.
No Brasil o fim da guerra ganhou contornos mais dramáticos entre as elites opositoras ao império escravista. A Guerra do Paraguai vai por em xeque a política e a instituição do império no Brasil. O país entra em uma verdadeira crise política e financeira, além de estar endividado com a Inglaterra. Muitos que lutaram no Paraguai, os chamados “voluntários da pátria”, eram negros, ex-escravizados, que não tinham boa inserção na sociedade, preconceituosa e conservadora. O exército do Brasil, após o conflito, também voltou revigorado. Até então, quem detinha o poder militar no império eram os coronéis da Guarda Nacional – os fazendeiros. A guerra obrigou o Brasil a reorganizar suas forças armadas para a luta no exterior; ao mesmo tempo manter a Guarda Nacional como protetora da “ordem” interna. Assim, o exército brasileiro renovado, engrossou seus contingentes com uma “classe média” que tinha suas críticas ao governo imperial. Pois os grandes proprietários cafeicultores escravistas, sustentáculo do governo imperial, não iriam lutar na guerra.
Desertores das tropas brasileiras engrossaram os quilombos brasileiros, focos de resistência ao escravismo protagonizados pelos trabalhadores afro-americanos, sendo uma parcela deles de caráter revolucionário, como o foi em Palmares. A Guerra do Paraguai foi um dos fatores que resultaram na Lei Áurea. Em São Paulo e no Rio de Janeiro os militares cessaram de perseguir os trabalhadores negros fujões. Surgia uma nova consciência com o genocídio americano no Paraguai, protagonizado pelo exército de Caxias. Foi uma guerra maldita, suja, a Guerra da Tríplice Infâmia.
Notas:
[1] Para saber mais sobre a independência do Paraguai:
http://geaciprianobarata.blogspot.com.br/2015/03/a-independencia-do-paraguai.html
[2]Para saber mais sobre Rosas: http://geaciprianobarata.blogspot.com.br/2014/08/caudilhos-e caudilhismo-na-america.html
Referências
CHAUNU, Pierre. História da América Latina. 5° ed. São Paulo: DIFEL, 1983
DONGUI, Tulio Halperin. História da América Latina. São Paulo: círculo do Livro, 1974.
MAESTRI, Mário. Paraguai: a República Camponesa 1810- 1865. Porto Alegre: FCM Editora, 2015.
PRADO JR, Caio. Evolução política do Brasil e outros estudos. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
SODRÉ, Nelson Werneck. O que se deve ler para conhecer o Brasil. 5 ° ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1976)
WASSERMAN (Org.), Claudia. História da América Latina: cinco séculos. Porto Aleghre: Ed. Da
Universidade/UFRGS, 1996.
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Fábio Melo: Membro Permanente e fundador do Grupo de Estudos Americanista Cipriano Barata. Pesquisa sobre História Social da América e Educação na América (América Latina e Estados Unidos). Produtor e radialista do programa "História em Pauta" na rádio La Integracion. Tem diversos textos escritos sobre educação, cultura e política.
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Rafael da Silva Freitas: Nasceu no dia 29 de dezembro de 1982 em Santa Maria, RS. Historiador. Membro Permanente e fundador do Grupo de Estudos Americanista Cipriano Barata. Produtor e radialista do programa "História em Pauta" na web rádio La Integracion. Colunista no Jornal de Viamão.
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