“Espírito irrequieto e combativo, imbuído de um nacionalismo exaltado que o levava, naqueles tempos, a repudiar tudo o que lembrasse a metrópole, chegando ao extremo de somente usar tecidos feitos no Brasil para a sua indumentária, foi alcunhado de ‘o homem de todas as revoluções’ [...] Panfletário audaz, como depois se revelou, nada possuía de homem de gabinete, de intelectual ‘torre de marfim’ [...] Republicano, viveu e, numa coerência incomum, republicano morreu, sem nunca fazer maiores concessões à Coroa [...] Hostilizado, a princípio, por Pedroso e depois por Francisco Pais Barreto, antagonista de Manuel de Carvalho, com quem se achava ligado o panfletário bahiano, é Cipriano aprisionado [...] Se na província nordestina tivesse ficado teria sido a sua atuação no movimento de 24, tão significativa foi a sua influência pioneira- verdadeiro precursor- na Confederação do equador. Mas um seu discípulo, o carmelita Frei Joaquim do Amor Divino Caneca, continuava no jornal de sua direção, O Tifis Pernambucano, aparecido em 25 de dezembro de 1823, a mesma pregação republicana [...].” (HOLANDA, 2003, p. 260-261)
Sérgio Buarque de Holanda
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