“Tem sido apoucada, ainda no terreno da história, a contribuição de Manuel Bonfim. Apesar de suas paixões, de seus desvios e de suas deficiências, a obra histórica do escritor sergipano oferece muitos pontos dignos de estima. E, de qualquer maneira, Bonfim, como Capistrano, menos este do que aquele, retiram a narração histórica do nível meramente cronológico, a que vinha sendo reduzida, e buscam analisar os acontecimentos. Existe na obra de ambos, e mais na de Bonfim, embora também exercendo a outra em fecundidade de orientações, a preocupação em colocar determinados problemas do passado que vinham sendo objeto de simples descrição. A obra de ambos está ainda plena em contradições, desligando-se de qualquer sistema. Não foi um lado específico dos historiadores, porém. Em campo algum existe sistematização- mas em todos os campos a curiosidade se amplia, surge uma renovação de conceitos, abre-se uma perspectiva inédita. Os homens do tempo, ainda os mais dotados, ão estão em condições de erguer um edifício, mas reúnem os materiais e preparam o terreno, fecundando-o com o tratamento que dão aos temas que escolhem” (SODRÉ, 1982, p. 368-369).
Nelson Werneck Sodré
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