“Em
1° de maio de 1968, o MIA [Movimento Intersindical Anti Arrocho] fez a
sua última aparição pública. O governador do Estado, Abreu Sodré, teve a
infeliz ideia de comparecer à comemoração do ‘Dia do Trabalhador’, na
Praça da Sé, e discursar para os presentes. Os metalúrgicos ligados aos
sindicatos de Osasco e às ‘oposições sindicais’, juntamente com as
organizações de esquerda e os grupos armados, numa ação minuciosamente
planejada, desligaram o microfone quando Abreu Sodré começou a falar e
ocuparam o palanque, expulsando o governador e os ‘pelegos’ do MIA. Após
discursos inflamados, os manifestantes incendiaram o palanque e se
dirigiram em passeata até a Praça da República. No meio do caminho, o
Citibank foi depredado e a multidão exaltada dava vivas ao exemplo
heróico do povo vietnamita e gritava o slogan: ‘só a luta armada derruba
a ditadura’.”
FREDERICO, Celso. A imprensa de esquerda e o movimento operário (1964-1984). São Paulo: Expressão Popular, 2010, p. 23.
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