“Em 1890, o Centro Artístico do Rio de Janeiro – nome dado à liga- transforma-se em Partido Operário; seu presidente é o Tenente José Augusto Vinhaes, militar, deputado e líder dos operários da Estrada de Ferro Central do Brasil; é ele que dirige as greves operárias para forçar a renúncia de Deodoro da Fonseca, em 23 de novembro de 1891, e é quem tenta, sem sucesso, repetir esta façanha contra Floriano, na véspera da Revolta da Armada. O Partido Operário de Fortaleza, fundado em 15 de junho de 1890, no mesmo ano do congênere do Rio, teve uma existência agitada e radical. Seus membros são dentistas, alfaiates, operários, mecânicos, pedreiros, ourives, sapateiros. Constam de seu programa reivindicações pelas 8 horas, redução de horas de trabalho de mulheres e crianças, democratização do capital e habitação higiênica, alfabetização. Apesar de ligações com a política dominante, é notória a campanha que levam a efeito, durante os dois ou três anos de existência, objetivando seu programa, fundando o jornal O Combate (1891), anunciando sua intenção de ministrar aulas noturnas aos operários. seu chefe, Adérson Ferraz, dirige uma greve em Fortaleza. Em Santos, em 1890, é fundada a União Operária, dirigida por Serapião Palma e Cyrilo Costa; em 1892, Benedito Figueiredo Ramos funda o Partido Operário; neste ano, a União Operária e o Partido Operário se aproximam e aparece o jornal O Operário, orientado pelos elementos da União. O Partido, a União e o jornal objetivam idéias anarquistas, pintadas de coloração socialista: criação de seguros mútuos, associações de ofícios e cooperativas de produção, consumo e crédito.”
CARONE, Edgard. A República Velha. I instituições e classes sociais (1889-1930). 4° ed. Rio de Janeiro- São Paulo: DIFEL, 1978, (Coleção Corpo e Alma do Brasil.), p. 199-200.
Edgar Carone
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