“Levado
a participar do sindicato metalúrgico em 1969, através de seu irmão
‘Frei’ Chico, militante do PCB, Lula permaneceu longos anos alheio à
luta contra o regime militar e à organização dos trabalhadores nas
fábricas. Por isso, na imprensa clandestina da época, encontram-se
referências freqüentes aos dirigentes sindicais (especialmente Paulo
Vidal e Lula), sempre chamados de ‘pelegos’, ‘vendidos aos patrões’, ‘
traidores da classe’, ‘burocratas’, ‘bandidos’ etc. Mesmo o PCB, que
pregava a participação nas entidades a qualquer preço e rejeitava o
paralelismo das oposições sindicais, mantinha uma posição de temerosa
cautela perante o sindicato metalúrgico. Veja-se, a propósito, a
seguinte referência no jornal Voz Operária ao dirigente Paulo Vidal: ‘O
atual presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo,
além de se colocar a serviço do governo, remetendo para o SNI, Dops
etc., relatórios das assembleias, como o fez na assembleia do dia 20 de
janeiro último [...]’.”
FREDERICO, Celso. A imprensa de esquerda e o movimento operário (1964-1984). São Paulo: Expressão Popular, 2010, p. 204.
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