FORMAÇÃO E TRAJETÓRIA DO PRIMEIRO MR-8: POSSIBILIDADES E LIMITES DE CONSTRUÇÃO DE UMA VANGUARDA REVOLUCIONÁRIA POLÍTICO-MILITAR (1964-1969)



FORMAÇÃO E TRAJETÓRIA DO PRIMEIRO MR-8: POSSIBILIDADES E LIMITES DE CONSTRUÇÃO DE UMA VANGUARDA REVOLUCIONÁRIA POLÍTICO-MILITAR (1964-1969)

Resumo:Esta dissertação aborda a formação e trajetória do primeiro MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro), grupo armado que foi formado visando o enfrentamento à Ditadura instaurada pelo Golpe de 64, intentando a derrubada da mesma e a construção do socialismo no Brasil. Tendo seu início enquanto Dissidência do PCB no Rio de Janeiro (DIRJ) no ano de 1964, num momento em que o partido estava sofrendo rachas em vários estados, seus membros arregimentaram diversos quadros de outras organizações, tais como a Dissidência do Paraná (DI-PR), Polop, Ação Popular (AP) e Ligas Camponesas, propondo constituir uma “frente revolucionária”. Tendo a ruptura com o PCB sido motivada por divergências não apenas com o paradigma de “revolução por via pacífica” adotado pelo partido, como também pela concepção de “revolução por etapas”, o MR-8, que pregava a transição direta ao socialismo, buscou inspiração em diversas experiências revolucionárias internacionais. Sendo atraídos pelo recente sucesso da Revolução Cubana, os quadros do movimento buscaram na “teoria do foco guerrilheiro”, desenvolvida por Ernesto Guevara e Régis Debray, um ponto de partida para a construção de uma vanguarda revolucionária em um país assolado por uma Ditadura Empresarial-Militar, como era o caso do Brasil. Contudo, durante o período de desenvolvimento de suas ações, os militantes do MR-8, a devido às dificuldades e limites encontrados nas experiências concretas, adaptariam a teoria do foco guerrilheiro às possibilidades propiciadas naquele momento histórico. Tendo sua derrocada em agosto de 1969, o Movimento Revolucionário 8 de Outubro foi uma das primeiras organizações armadas brasileiras de inspiração marxista a lutar contra a Ditadura EmpresarialMilitar, bem como uma das primeiras a serem destruídas pela repressão. Para melhor compreender as discussões teóricas que ocorriam entre seus membros, articularemos a discussão de “partido” desenvolvida por Lenin com a “teoria do foco guerrilheiro”, partindo da percepção de Ernesto Guevara e Régis Debray. Para reconstituir sua trajetória, utilizaremos uma série de fontes históricas, algumas produzidas pela organização, outras pelos órgãos repressivos, bem como livros escritos por pessoas que fizeram parte ou tiveram contato com o grupo em questão.

Palavras-chave: MR-8; partido; revolução brasileira; teoria do foco guerrilheiro.







Sobre o Autor:


Thomaz Joezer Herler: Nascido no Rio de Janeiro/RJ em 1989. Licenciado em História no ano de 2012 pela UFMS/Campus do Pantanal. Mestre em História pela Unioeste/Campus de Marechal Candido Rondon, com dissertação defendida em 2015. Tem como objetos de estudo a Ditadura Empresarial-Militar brasileira, organizações armadas revolucionárias e resistentes e a revolução brasileira.

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