Dois paradoxos americanos.



Neste breve texto, aludo a dois paradoxos americanos, como o socialismo que impõe desigualdade social, e uma proposta de História não empírica. 

A América Central Ístmica teve a sua população urbana triplicada nas três últimas décadas, sendo uma das populações mais afetadas pelo aquecimento global. Na Costa Rica, o salário mínimo agrícola de fome, contribui para a desnutrição crônica de crianças menores de cinco anos. Os governos desta parcela da América preferem investir em armas e modernização dos seus exércitos. Pouco se importam com a educação escolar, já que em toda a América Central Continental a metade dos jovens entre 15 e 24 anos estão fora do sistema educativo. A desigualdade social está aumentando, principalmente na Guatemala, em Honduras e Costa Rica. Nicarágua é o país campeão no campeonato do aumento da pobreza. O lugar do orteguismo está unido aos demais países vizinhos, fazendo triunfar os seus princípios socialistas de reprodução do subdesenvolvimento humano no istmo. Os valores socialistas cultivados pelo governo de Daniel Ortega se confundem com o valor da família.

Países da América Central Ístmica

A História é uma ciência, a que está em todas as outras, e por outro lado está solteira sim, mas sozinha jamais. Intelectuais diversos sem formação nesta área contribuíram para o estado atual deste tipo de saber, que é profundamente democrático, ao se integrar desde sempre com conceitos oriundos da biologia, da arquitetura, da economia, entre outros. No conjunto de livros que formam a historiografia, estão autores de dentro e de fora da História. 

A História é uma babel teórica, aonde a convivência entre diferentes teorias é o estado normal das coisas. Por isso que ela jamais aparece sozinha. Lá está a ideologia, o interesse, o sentimento, de cada um que transmite o conhecimento histórico, e demais ciências ou outras formas de saber. Tudo junto e misturado. Está nela, às vezes a negação da ciência, em uma visão aonde os documentos, e o passado, não seriam seus limites. Conforme José Antônio Martins, “A ciência pra mim é capacidade de previsão e é uma coisa que distingue claramente a espécie humana das demais espécies.” 

Estará o professor propondo um retorno de nossa ciência, todas elas, aliás, para os processos estocásticos, criados para entender os mercados de ações? Ou ele veja os acontecimentos como uma coleção de variáveis aleatórias, condições iniciais para uma equação de trajetórias possíveis para a evolução das sociedades? Afinal, o futuro não foi ainda experimentado.



Sobre o Autor:
Rafael Freitas
Rafael da Silva Freitas: Nasceu no dia 29 de dezembro de 1982 em Santa Maria, RS. Historiador. Membro Permanente e fundador do Grupo de Estudos Americanista Cipriano Barata. Produtor e radialista do programa "História em Pauta" na rádio A Voz do Morro. Colunista no Jornal de Viamão.

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