Manifestação no dia 29 de maio em Recife
As mortes em massa que tiveram o nosso país como palco, resulta da preocupação do governo federal em colocar os lucros dos ricos em primeiro lugar. Para prestigiar a tosca e parasita classe burguesa brasileira, diversas medidas neoliberais são realizadas, visando diminuir o Estado para a classe trabalhadora, seja anulando direitos ou privatizando serviços públicos, alguns exemplos são a PEC 32 ou reforma administrativa, a negativa para auxílio emergencial com valor de pelo menos R$ 600, 00, ou os desmontes da previdência (ocorridos em 1998, 2003, 2015 e 2019) e trabalhista (em 2017). Enquanto Bolsonaro faz piada, o governo faz avançar as pautas econômicas neoliberais. Como já discorrido em outro texto, se os sindicatos, partidos, coletivos e movimentos sociais que estão na organização dos atos não priorizarem a pauta econômica, correremos o risco de repetir 2013. Caso o critério da pauta econômica não seja bem visível, o “Fora Bolsonaro” pode acabar em João Dória, Eduardo Leite, Luciano Huck – ou seja, a precarização da vida e do trabalho, a fome, a miséria vai continuar.
Sabemos que simplesmente termos um bom governo federal não irá resolver todos os nossos problemas, afinal de contas, os países que melhor enfrentam a pandemia do Coronavírus, são chamados de pátrias que vivem experiências socialistas por alguns – cujo maior exemplo é a China. Debates teóricos à parte, o urgente agora é tirar o governo Bolsonaro do poder, bem como eliminar qualquer alternativa neoliberal; e isso só será possível avançando na conscientização popular, por isso devemos ir para as ruas, sem esperar por eleições, para lutar por uma vida melhor.
Com as massas na rua, e o aumento da participação nos protestos dos trabalhadores das periferias, vilas e ocupações, faremos não só o governo Bolsonaro tremer, mas também todos aqueles que defendem as pautas neoliberais, como a reforma administrativa que vai acabar com muitos serviços públicos essenciais. Portanto, todos devemos transformar as manifestações em atos pedagógicos e não em uma festa, como frequentemente acontece. Músicas e gritos são importantes, mas não se pode abrir mão de mostrar ao povo que acompanha a manifestação que o modelo neoliberal é o verdadeiro inimigo imediato, seja ele com Bolsonaro, Dória ou Huck.
Infelizmente a maior parte da classe trabalhadora no Brasil nunca teve a possibilidade de fazer isolamento social, já que a intenção de Bolsonaro é disseminar o vírus do COVID-19, como nos mostra a atual CPI que trata do assunto. Enquanto Bolsonaro segue no poder, os ônibus e metrôs seguem cheios, por que ele promove a chamada "necropolítica", uma gestão voltada para a morte.
A necessidade de ampla manifestação, traz a exigência de levar a esses atos organização e bom senso. Precisamos garantir todos os cuidados para termos segurança sanitária no dia 19 de junho. As coordenações dos atos devem fazer esforços para distribuir máscaras N95/PFF2, álcool 70% e estimular o distanciamento físico entre cada protestante. O enfrentamento ao COVID-19 implica no impeachment do presidente- filhote da ditadura de primeiro de abril-, se manifestações não forem o suficiente, que organizemos greve geral até a queda do governo.
Os atos devem ser divulgados nas periferias, paradas de ônibus, locais de estudo, de trabalho e de moradia, por meio de distribuição de panfletos promovendo o 19J e denunciando as nossas profundas razões. Todo lugar é lugar para conversar e tentar convencer para que novas pessoas participem desses atos de rua contra o presidente Jair Bolsonaro, o bolsonarismo e medidas econômicas neoliberais.
A partir de agora, para os atos se transformarem em algo realmente sério, não basta somente gritar “FORA BOLSONARO”, é preciso gritar igualmente “FORA NEOLIBERALISMO”. O Grupo de Estudos Americanista Cipriano Barata (GEACB) estará mais uma vez nas ruas, por vacina para todos já, contra a fome, por auxilio emergencial de R$ 600,00 imediatamente, em defesa dos serviços públicos e dos servidores; e, principalmente, fim desta Política da Morte - neoliberalismo nunca mais!
Clique aqui ou aqui para saber onde ocorrerão atos no 19J.
Clique aqui para saber como se proteger durante o ato.
Rafael Freitas: Historiador. Membro Permanente e fundador do Grupo de Estudos Americanista Cipriano Barata. Produtor e apresentador do programa "História em Pauta", que já passou por rádios comunitárias de Porto Alegre e Alvorada. Colunista no Jornal de Opinião (do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Alvorada- SIMA) e no Jornal de Viamão.
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