A FORMAÇÃO SOCIAL INCA

A civilização inca tem este nome devido a seu imperador, que se chamava Inca. Na verdade os incas são o povo quíchua; muitos ainda habitam o Peru e a Bolívia.

Os quíchuas não são o povo mais antigo da região. Alguns estudos e pesquisas recentes de arqueólogos e historiadores colocam a chamada civilização de Caral como a mais antiga da América do Sul – e de toda a América (talvez a mais antiga do mundo!). Esta civilização se desenvolveu cerca de 2700 anos a.C. O que se sabe é que, aparentemente, o fim da civilização ocorreu por causa do abandono da cidade devido a secas constantes; obrigando a população buscar lugares mais elevados.

Ao longo de séculos, os quíchuas foram estendendo seus domínios sobre outros povos da região andina, como os aimarás, nazcas, chimus (mochicas) e chibchas. À medida que os quíchuas iam dominando estes povos, pela força de seus exércitos, eles assimilavam muito de suas culturas e tecnologias; por exemplo os trabalhos em ouro da cultura mochica. Assim, os quíchuas formaram Império Inca. Este império tinha sua capital, centro administrativo e religioso na cidade de Cuzco. Os incas acreditavam que Cuzco era o “umbigo” do mundo, o centro do universo (Cuzco em quíchua quer dizer umbigo).

A expansão quíchua se iniciou por volta de 1200 e se estendeu até cerca 1440. O império Inca abrangia uma grande região que hoje são os seguintes países: Bolívia, Chile, Equador e Peru.




Organização econômica

Os povos do império inca desenvolveram a agricultura: plantações de batatas e de grãos como a quinoa; e a criação e domesticação de animais, como a lhama e a alpaca.

As aldeias eram chamadas de ayllus. Cada ayllu tinha seu chefe, o kuraka. Nas aldeias se produziam os alimentos. Parte do que era produzido era enviado como tributo ao inca, que redistribuía a todos os funcionários que não trabalhavam na produção de alimentos.


Divisão social inca


A “pirâmide social” incaica se dividia da seguinte forma: No topo, o soberano de nome inca. Ele era considerado um “semideus”, representante do sol (Inti) – por isso o Império Inca era uma teocracia, governada por um representante de deus. Abaixo do inca, havia o grupo social de sacerdotes, governadores e chefes de aldeias. Os aldeões, além de trabalhar na agricultura e criação de animais, também de dedicavam ao artesanato e as construções de templos, moradias e outras obras, como a construção e manutenção de terraços, onde plantavam os alimentos.

Outro grupo que existia na sociedade inca eram os yanaconas, que desempenhavam uma espécie de servidão aos governadores e chefes de aldeias. Os yanaconas não eram escravos, pois não podiam ser vendidos ou trocados por alguma coisa. Embora pouco numerosos, eles tinham seu lugar na divisão social dos incas. Eram dependentes, agregados, ao núcleo onde eram inseridos. Os yanaconas eram geralmente prisioneiros de guerra, ou pessoas que tinham dívidas.




Machu Picchu


A cidade de Machu Pichu (atualmente localizada no Peru) tinha um papel muito importante na sociedade inca: era um centro religioso.

O que impressiona é que a cidade foi construída a 2400 metros de altura! As paredes das casas e dos templos são de pedras e a cidade é provida de amplos terraços para a agricultura.

Machu Picchu foi construída no período de máxima expansão do império, que coincide com o governo do inca Pachakuti (século XV). Este mesmo inca que ordenou a reforma de Cuzco, que ganhou palácios, ruas de pedra e uma grande fortaleza (Sacsayhuamán). Mas, obviamente, o imperador inca não trabalhou nestas obras monumentais; ele era um “semideus” não poderia colocar seus braços e pernas para trabalhar. Os que trabalharam nestas obras, movendo e erguendo muros de pedra maciça, eram os yanaconas e camponeses, que pagavam tributos na forma de serviços (a mita). Algumas vezes, aldeias inteiras eram deslocadas para a construção de templos e palácios.


Os quipos: a “escrita” inca


A civilização inca não desenvolveu uma “escrita” como outros povos. Mas deixaram uma forma diferente de comunicação: os quipos. Esses quipos eram nós feitos em tiras de cordas. Cada nó, em cada corda, significava alguma coisa. Infelizmente, a destruição promovida pelos europeus à cultura inca impossibilitou que estes quipos fossem traduzidos. Até hoje, os estudiosos tentam traduzir os poucos quipos que restaram.


Para saber mais sobre os incas acesse:

Mitologia Inca

http://geaciprianobarata.blogspot.com/2021/04/mitologia-inca.html

Sociedade incaica (imagens):

http://geaciprianobarata.blogspot.com/2015/09/sociedade-incaica-imagens.html



Sobre o Autor: 

 

Fábio Melo: Historiador. Membro Permanente e fundador do Grupo de Estudos Americanista Cipriano Barata (GEACB). Pesquisa sobre História Social da América e Educação. Produtor e radialista do programa "História em Pauta", que já passou por rádios comunitárias de Porto Alegre e Alvorada. Professor de História e Geografia. Tem diversos textos escritos sobre educação, cultura e política.





Um comentário:

  1. Se cair uma questão dessa no enem, vou acerta por causa desse texto, que é inspirador e faz crescer a vontade de ir ler meus livros de história. Parabéns pelo lindo texto.

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