“Uma
coisa eu quero que as pessoas saibam: o sangue que o Santo derramou foi
em favor da luta operária. Que todos os operários que acham que não é
certo morrer assim, pensem que só dá certo, só se consegue as coisas
quando se luta. Eu sei que se ele não tivesse morrido e tivesse ficado
ferido, ele não ia ter medo, ia continuar lutando até a vitória final da
classe operária. É preciso falar bem alto, para todo mundo ouvir, que a
vida para ele era a luta, que a gente tem que lutar até a morte. Santo
derramou seu sangue, mas não há vitória sem sangue. Muitos, muitos mais
vão morrer, porque o governo está assassinando, matando também pela
fome, pela exploração. O governo usa as armas, é uma luta com as armas,
só que essas armas estão do lado errado, estão nas mãos dos que protegem
os interesses do patrão, os que tentam esmagar a classe operária (...)
quero também que ninguém esmoreça, porque nossa luta continua. Eu
continuo lutando, até o fim.”
Ana Maria, esposa de Santo Dias da Silva.
NOSELLA, Paolo. Porque mataram Santo Dias. Quando os braços se unem à mente. São Paulo: Cortez Editora, 1980, p. 124-125.
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